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O Bioparque Pantanal recebeu com enorme pesar a informação do falecimento do Professor Doutor. Hemerson Pistori, nesta segunda-feira, 17 de março. Como forma de homenagem ao brilhante pesquisador e cientista, o maior complexo de água doce do mundo repercute um trabalho revolucionário que Hemerson desenvolveu no Bioparque no ano passado, a criação de um modelo de IA (Inteligência Artificial) inédito de identificação de tanques e peixes.
O novo modelo de IA, desenvolvido por meio de projeto de pesquisa do Bioparque Pantanal, permite a identificação de tanques e de animais do complexo através da câmera de qualquer celular. O protótipo inédito de IA foi desenvolvido por Hemerson em parceria com professores e pesquisadores da UFMS, UEMS e UCDB, universidade na qual o professor era docente, e utiliza algoritmos de “autoaprendizagem” para se desenvolver de forma independente e contínua.
A Inteligência Artificial do Bioparque Pantanal, uma vez implantada, poderá ser usada como um guia virtual durante a visita ao maior circuito de aquários de água doce do mundo. A base de dados do aplicativo reúne mais de 3,6 mil imagens do complexo, coletadas por dez modelos de smartphones diferentes para garantir a compatibilidade com outros aparelhos.
Em janeiro deste ano, Hemerson Pistori explicou que o modelo foi desenvolvido especificamente para o Bioparque, mas que pode ser implementado em outros espaços de pesquisa. “Considerando a grande diversidade de espécies, artefatos, água, reflexos no vidro, exigiu-se a criação de uma IA específica. Neste projeto, estamos explorando novas maneiras de facilitar o acesso às informações sobre os aquários do Bioparque Pantanal, tornando a experiência mais simples e intuitiva. Queremos eliminar a necessidade de QR codes ou placas, permitindo que os visitantes obtenham informações de forma mais natural. Nosso objetivo é desenvolver um aplicativo no qual, ao apontar a câmera do celular para uma área do Bioparque, a inteligência artificial reconheça automaticamente o local e o que está sendo observado. Com isso, o aplicativo fornecerá informações detalhadas por meio de textos, imagens e sons, enriquecendo a experiência dos visitantes”, comentou.
O projeto denominado “Smartphone region-wise image indoor localization using deep learning for indoor tourist attraction” foi objeto de artigo científico publicado em revista de alto fator de impacto, Plos One.
“O professor Hemerson não só contribuiu com inovações e descobertas essenciais, mas também foi uma fonte inesgotável de inspiração para todos que tiveram a honra de aprender e trabalhar ao seu lado. Seu legado será eternamente lembrado, e suas pesquisas continuarão a iluminar o caminho para as gerações futuras, pois ele semeou curiosidade, dedicação e paixão pela ciência em todos nós. Muito além de um espaço de contemplação, o Bioparque tem em sua essência o incentivo à pesquisa, Ciência e inovação, e o professor Hemerson faz parte desta história”, comentou a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
O projeto do novo modelo foi gerenciado pelo Nuptec (Núcleo de Pesquisa e Tecnologias) que integra a Gerência de Inovação e Conhecimento do Bioparque Pantanal, que desenvolve dentre suas linhas de pesquisa trabalhos com Inteligência Artificial.
O protótipo da IA permite que pessoas de qualquer idade, ao apontar a câmera do seu celular para o tanque do Bioparque Pantanal, obtenham informações completas sobre o recinto e suas espécies direto na tela do seu smartphone. A IA utiliza as informações coletadas pelos pesquisadores e pode ser alimentada pelos próprios usuários durante a visita.
Com o desenvolvimento da IA, o próximo passo é a criação de um aplicativo que poderá ser baixado pelo público e utilizado na visita. Além de Maria Fernanda Balestieri e Hemerson Pistori, desenvolveram o projeto os pesquisadores Gabriel Toshio Hirokawa Higa, Rodrigo Stuqui Monzani, Jorge Fernando da Silva Cecatto e Edson Takashi Matsubara pela UFMS e Vanessa Weber pela UEMS.
Eduardo Coutinho, Bioparque Pantanal
Foto: Arquivo UCDB